sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Tupiniquincas e Tupiniqueas debatem na República

Naquele tempo Tupiniquincas já pregava às multidões da Pauliceia, o cuidado que se deve ter ao lidar com o mal inerente à condição humana: "Preveni-vos da maledicência alheia e fujais à tentação ao revide. Mantenha a consciência tranquila, acaso isso consiguais ter, já que também maldizeis a outrens sem escrúpulos. Ouçai, procurais vos corrigir e exterminais sua tendência à maldade". Misturado à multidão de paulistanos, nesta ocasião festiva na Praça da República (linha vermelha do metrô - leste-oeste), mas naquele tempo andava-se a pé ou a cavalo mesmo, estava Tupiniqueas a meditar: "Mas que papo é esse de essência maligna?" Não se conteve e pôs-se a esbravejar: - O homem é essencialmente bom, nobre colega, atraindo imediatamente as atenções de milhares que até então se fixavam a Tupiniquincas. E este revidou a disparar perguntas a Tupiniqueas, naquilo que havia virado um debate público sobre o bem e o mal:
- se o homem tem essência tão boa assim, explica aí para a Pauliceia reunida os seguintes porques:

- Por que ainda, em pleno século 21, há fome no mundo?
- Por que a justiça dos homens, além de tardar, por vezes falha, também?
- Por que as guerras nunca deixaram de existir, mesmo numa fase dita civilizada da humanidade?
- Se todo mundo é bom, por que uns parecem melhores que outros?
- Por que a distribuição de renda é tão mal distribuída em quase toda a parte do mundo?

Responda aí, oh Tupiniqueas, provocou Tupiniquincas. Na falta de respostas, o rabugento profeta, descrente da bondade humana, pegou seu cajado e pôs-se a andar com suas sandálias de couro, entre os cavalos e carruagens "estacionados" por todo o arredor da praça, bem como do vizinho Largo do Arouche. O destino de Tupiniquincas era o de evangelizar (no seu evangelho, é bom que se diga) o Povo da Pompeia, bairro da Pauliceia, que assim como o povoado de Perdizes (aliás, como pregarei a eles? : Povo Perdigueiro? - acho que não - ia pensando o pensador pelo  caminho). Então, Pompeia e Perdizes são famosas pelas ladeiras de suas sucessivas colinas. Caminhou por subidas e descidas íngremes por mais de 12 horas, mas aquela, bem sabia, era a sua sina. Até a próxima aventura., com nossos contraditórios profetas, ou a qualquer momento em caráter excepcional.

Tupiniquincas e  Tupiniqueas, em debate na Praça da República de outrora.
15/11/2013

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