domingo, 17 de novembro de 2013

Rolê pela Paulista - Segundo Passeio

A Avenida Paulista, símbolo da nossa cidade, está longe de ser a maior via paulistana, com suas poucas centenas de metros de extensão. Mas ela é enorme em significados. A contraposição de edificações antigas e modernas, por exemplo, é um deles, como mostra a foto abaixo. O casarão retratado é símbolo da riqueza cafeeira no início do século passado, quando a Avenida Paulista era o endereço preferido pelos barões do café, além de industriais, como o Conde Matarazzo, que também chegou a morar ali. Hoje, infelizmente, esse casarão da foto é um dos pouquíssimos, três ou quatro, remanescente dos tempos áureos do café. Porém, com um pouco de imaginação, dá até para se ver a elegância daqueles cavalheiros e damas que ali habitavam ou frequentavam festas das mais requintadas. Outros tempos, sem dúvida. O que permanece igual é o perfil de lugar da riqueza. Se ontem o dinheiro estava na mão de prósperos fazendeiros, hoje, a bufunfa está representada pelos bancos e grandes conglomerados multinacionais que escolheram a Avenida Paulista para abrigar suas sedes. Considerei tudo isso antes de sair de casa ontem, para fazer este segundo post sobre este marco paulistano. Depois do passeio, com o auxílio luxuoso do amigo Alex - ele está pegando gosto pelo jornalismo - essa minha profissão é mesmo viciante - uma pergunta intrigou este inquieto e curioso repórter tupiniquim: Será que a Avenida Paulista de 1913 também tinha artistas de rua, como na sua versão século 21? Não sei, não, mas tudo que vem abaixo nós vimos ontem, num passeio que se estendeu até umas 21 horas, pela Avenida incrivelmente lotada de gente, como no horário de rush num dia de semana. Mas você nota nas expressões dessa gente, um semblante bem diferente ao carregado nos dias de trabalho duro e correria na metrópole.
O antigo e o moderno se misturam na emblemática Avenida Paulista. Esse casarão, dos poucos que restaram no local, tem até uma mini floresta como jardim.

Feirinhas de artesanato exposto no calçadão é uma das atrações  nos finais de semana da Avenida Paulista

O artista Rafael mostra uma matriz utilizada na confecção de seus quadros. Todas as obras mostradas nas fotos
acima e abaixo foram feitas por ele, que usa a técnica da xilogravura. Deve dar um trabalhão danado esculpir figuras na madeira para depois "carimbá-las" com tinta acrílica sobre folhas de papel de 40 x 60 cm. Ele vende cada obra dele, nesse tamanho, a R$ 20,00. E Rafael é apenas um das centenas de artistas que se apresentam regularmente ao longo da Avenida.


A dança do  Michael Jackson "genérico" atraiu a atenção do garotinho aí

É... aqui, tempo é dinheiro. Mais ou menos uns dois meses antes do Natal o comércio já está todo enfeitado, como o Center 3, que está com sua  decoração natalina pronta

Olha ele aí, de novo, o Michael Jackson tupiniquim, demonstrando seu famoso passo, o "moon walk"

As estátuas vivas são uma arte que se vê muito pelas ruas da região central de São Paulo. Gostei bastante dessa performance, primeiro pela perfeição de maquiagem, concentração, postura e equilíbrio do artista. E também, por representar Fernando Pessoa, um dos maiores escritores e poetas da Língua Portuguesa, só comparável a outro rigante, o seu patrício Camões

E para você leitor/leitora ver que a estátua estava mesmo viva, esta foto registra um momento em que se mexe para entregar um papelzinho para uma mulher que fez uma pequena contribuição na caixinha instalada a frente do seu pedestal. É assim que a brincadeira funciona e prende a atenção de todos. Pois a estátua só se mexe quando caem moedinhas ou algum trocado em seu cofrinho. O contribuinte é então  brindado com um papel contendo frases da obra do autor representado.


Paulo Coutinho
17/11/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário