quarta-feira, 20 de novembro de 2013

19 Novembro - Dia da Bandeira Nacional

Este post está sim, atrasado, o Dia da Bandeira foi ontem, 19 de novembro, mas aí vão minhas homenagens e lembranças sobre esta data. Começo recordando como era comemorado o Dia da Bandeira durante minha infância e quase toda adolescência. Darei uma pista aos perspicazes leitores: sou um brasileiro nascido em 1964. Sou um pouco velhinho, sim, quase 50 anos! Mas se não o fosse não teria vivido o suficiente para contar histórias como esta que vou contar aqui. Ou seja, eu nasci no ano da Revolução Militar que se tornou uma Ditadura das bravas durante seus mais de 20 anos de vigência. Os milicos vieram para valer e, nós crianças, não fôramos esquecidas, não. Nas escolas, os professores obrigavam a nós, crianças da época, a manter uma postura militarizada. Para cantar hinos como o Nacional e o da Bandeira (aquele que começa assim, Salve lindo pendão da esperança...salve símbolo augusto da paz....) Fazíamos formação de soldadinhos no pátio: um braço de distância do colega da frente, depois, braços paralelos ao corpo em posição de "sentido". Se houvessem espectadores numa das laterais do recinto, havia ainda as ordens "virar à direita" ou "virar à esquerda", se fosse o caso. Lembro que, às vezes, até marchávamos! Hoje, estou certo que, naquele momento histórico,queriam nos formar jovens patriotas. O patriotismo era, aliás, o grande argumento dos militares para combater as correntes comunistas que aqui já havia na época. Mas acho que a intenção ao nos fazer de  soldadinhos, era mesmo fazer o golpe parecer simpático a nós, crianças. Certo é que ninguém gostava de ficar fazendo aquilo antes de cantar um hino, muitas vezes debaixo de sol forte no pátio. Pronto lembrei mais uma história tupiniquim e minha. A de que fui soldadinho sem ter servido o serviço militar obrigatório. Voltando à Bandeira Nacional Brasileira: repare como ela fica ainda mais linda tremulando ao vento:



Paulo Coutinho, hoje cívico por opção,
19/nov/2013

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ok, Paulo... cada cabeça, uma sentença! Passei aqui pra ler o que anda escrevendo. Bacana. Escrever é, sobretudo, terapêutico! Espero que seja mesmo muito bom pra vc expor suas ideias. Que celebre muitos acessos e alimente sua autoestima sempre!
    Eu nasci 7 anos antes de vc e já estava com idade pra ir a escola naquele ano. Mas não fui, adiaram um pouco mais. As vagas eram escassas e eu mal falava português. Exatamente naquele dia, 31 de março de 1964, meu pai teve seu primeiro AVC. Foi trazido 100km pela ainda pouco asfaltada Fernão Dias, pra ficar hospitalizado em SP. Depois disso, minha vida mudou. Ainda não sei se pela então inatividade a que passou meu pai, ou pelo golpe militar. Entrei no mundo maravilhoso do American Life. Tivemos na família a perua Toyota, importada, seguido da nossa primeira geladeira, ainda movido a querosene pois morávamos na zona rural, sem eletrificação. Seguiram-se muitos anos que para mim foram maravilhosos, inclusive decorando os hinos depois que fui pra escolinha e depois o Grupo Escolar. Marchei muitos 7 de setembros e comemorei emocionada o Tricampeonato em 1970 e estreei no Carnaval com Eu te amo meu Brasil. Só soube dos porões da ditadura, torturas e etc quando cheguei à faculdade, na Usp, graças a excelentes escolas públicas do período militar. E aí? fui alienada? Fui. Ignorei o outro lado? Sim. Mas nunca fui tão feliz!

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  3. Suely, obrigado por prestigiar meu trabalho e tecer seus comentários. Também só vim a saber o que aconteceu nos DOI-|CODIS da vida muitos anos depois. Concordo contigo que as escolas públicas eram realmente boas. Fiz os antigos ginásio e colegial em uma escola estadual entre os anos de 1975 e 1981. Realmente eram bem equipadas e com excelentes professores. Mas não tenho elementos para relacionar a boa qualidade do ensino ao período da Ditadura Militar. Grato, Paulo Coutinho

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