quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O efeito Marina

Marina Silva se mostra muito segura de ter tomado a decisão certa ao se filiar no último minuto do prazo que permite concorrer às eleições de 2014. Vi Marina pela TV explicar ao Jô Soares que a princípio não tinha plano B para o caso de não conseguir registrar seu partido, a Rede de Sustentabilidade, barrado na Justiça por supostas irregularidades no processo de coleta de assinaturas para a criação do mesmo. A ex-senadora falou das horas de angústia que precederam a decisão final de se filiar ao PSB. Disse ela que a opção que se apresentava era a filiação ao PPS - uma via mais pragmática para usufruir de seu cacife eleitoral de mais de 20 milhões de votos já no próximo pleito. Em vez disso, Marina disse ter optado por uma aliança programática, com o PSB. Ela acredita ser possível construir um programa comum entre sua rede e os socialistas. Marina deixou claro que o seu objetivo é fundar a Rede e sua união ao PSB é uma forma de, enquanto isso, não se furtar de estar em cena para discutir os grandes temas nacionais.

O surpreendente lance de Marina Silva mexeu no tabuleiro do xadrez sucessório. Dilma aparece ainda relativamente tranquila no topo das pesquisas. Preocupado deve ter ficado sr. Aécio Neves, o mais forte opositor, até o recente anúncio de Marina. O fato é que a paraense mexeu no cenário a ponto do PSDB de Aécio já estar cogitando um plano B. Colocar José Serra no páreo. Será?

O que parece indiscutível é que Eduardo Campos só tem a ganhar com a chegada de Marina a sua até então candidatura solo. À Marina, esta união ao menos lhe garante exposição e voz para o que parece ser seu verdadeiro objetivo:  chegar ao Planalto em 2018, com sua Rede.

Boa sorte Marina. Gosto dela, por sua humildade, determinação e postura. O Brasil só tem a ganhar com gente assim na política.

Paulo Coutinho,
16/out.2013

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