segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Viagem ao passado pelas ruas do centro de São Paulo

     
Uma visita ao CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo, é como fazer uma viagem de volta à pacata e elegante vida paulistana do início do século passado. A sensação deretorno ao século 20 tem início ao descer do metrô Sé e se embrenhar por ruas centenárias - ou quase - até se chegar diante do imponente prédio do CCBB, edifício erguido em 1901 e que abrigou a primeira agência em prédio próprio do BB na capital paulista, a partir de 1927, após reforma projetada pelo arquiteto Hippolyto Pujol. Hoje, o prédio mantém bastante de suas características originais. As atendentes para informações e compras de ingresso, por exemplo, atendem atrás de balcões de madeira nobre escura, que eram utilizados pelos caixas do banco naqueles tempos distantes. Vejam abaixo alguns detalhes do prédio e sintam-se em plena São Paulo dos anos 1930.


O amplo saguão principal revela que, naquele tempo, espaço não era problema

Lustres e luminárias douradas dão o toque de riqueza do lugar

Acabamento refinado é marca da época, presente nos adornos de escadas e também no mosaico estampado no piso (foto abaixo)

Recordações de um modo de vida paulistano muito diferente e distante há muitas pelo caminho a pé da estação Sé do Metrô até o CCBB. Estas duas fotos, por exemplo, ilustram como os bancos da São Paulo do início do século passado recolhiam os depósitos noturnos de seus clientes - muito provavelmente, os prósperos comerciantes da região central de outrora. Uma espécie de precedente pré-histórico do autoatendimento.A boca de cima é do antigo banco F. Barretos S/A. E a de baixo é a do também extinto Banco Francês e Italiano - que se não me engano ainda existia nos tempos em que trabalhei de caixa no Banco Bandeirantes, nos anos 1980. Ambas peças históricas estão incrustadas na parede dos prédios de  suas antigas sedes, na Rua XV de Novembro.  Cena difícil de se pensar nos dias de hoje, o banco lhe confiava uma chave para abrir a boca de depósito, e você vinha com dinheiro vivo pelas ruas do centrão, à noite, para realizar a operação.  Sem dúvidas, era uma capital muito mais tranquila e segura do que a dos dias de hoje.


     Paulo Coutinho,
20/jan/2014

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