segunda-feira, 31 de março de 2014

Cinquentenário do golpe militar de 1964

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 Ainda não havia nascido naquele 31 de março. Por isso, minhas lembranças desse período da história começam por volta de 1970. Nesse ano fui matriculado no pré-primário do Ateneu Monteiro Lobato, escola particular aqui do Jabaquara. E foi no Monteiro Lobato onde vivenciei, nos próximos anos (1971/1974), o que chamarei aqui de "reflexos" da ditadura militar recém-implantada no país. 

     Na minha percepção de criança de 6, 7 anos, já achava um exagero ter de decorar e antar um montão de hinos - Nacional, da República, da Bandeira, da Independência e até do Expedicionário!, aquele assim: "Por mais terras que eu percorra não permita Deus que eu morra, sem que eu volte para lá, sem que eu leve por divisa, este V que simboliza a vitória que virááá..."

     Tais reflexos vinham da exacerbação do nacionalismo incutido pelo regime.  Outra coisa que irritava um pouco a molecada é que antes de fazer o que gostávamos nas aulas de educação física - jogar futebol,vôlei, handebol,basquete...na época o ensino público oferecia, sim, tudo isso - ficávamos longos minutos perfilados e sendo comandados feitos soldadinhos a fazer manobras militares na apresentação da bandeira nacional e canto dos hinos. Acabando tudo isso saíamos correndo para as quadras. 

    Para não muito me estender, finalizo declarando que as únicas saudades que eu tenho desse tempo (que anos depois soube que usou e abusou da censura, torturas e outras aberrações) são as dos meus tempos de infância e adolescência. Porque já vivi o suficiente para aprender que toda e qualquer ditadura ou regime que venha a ferir direitos fundamentais deve e sempre deverá ser combatido pelos homens de bem e livres de espírito.

PS: Nem vou comentar sobre a meia dúzia de cidadãos que andou se reunindo por aí, hoje mesmo, na Avenida Paulista, reivindicando a volta dos militares. Realmente...SEM COMENTÁRIOS

Paulo Coutinho,
31/mar/2014


     


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