Hoje reencontrei os profetas Tupiniquincas e Tupiniqueas. Neste ao ainda não os tinha visto. Estavam comendo sarapatel e baião de dois numa casa do norte perto da rodoviária do Jabaquara. Contaram-me que vinham da rodoviária do Tietê, após uma viagem e tanto de ônibus, vindos de Lima, capital do Peru. Contaram-me que passaram mais de 30 dias nos Andes, onde participaram do congresso Internacional de Profetas em Machu Pichu, encerrado no dia 25 de fevereiro. Desse dia até hoje foram muitas as peripécias da dupla até chegar na manhã de hoje ao Jabaquara. Então perguntei aos dois quais eram as novas. Disse-lhes que muitos - alguns, vai - leitores deram falta deles.
Tupiniqueas foi o primeiro ase pronunciar. "É, caro repórter, as coisas estão feias pelo mundo. Veja você que um colega profeta-curandeiro de Uganda contou-me que, por lá, o governo baixou uma lei anti-gay. A segregação é mesmo uma excrecência da humanidade. E, pelo que me contou o profeta camarada da Rússia, Wladimir Putanhesko, os gays também não tem vida fácil na sua terra. Perseguições e mortes são corriqueiras. Espetáculo odioso que podese ver por aqui, até na Avenida Paulista.
"A sociedade foi, é, e sempre será segregacionista", interrompeu Tupiniquincas.
Conto-lhes do tal AI-5 da Copa, lei que pode ser interpretada como criada para reprimir e até prender manifestantes em protestos que ocorram durante o evento.
Tupiniqueas ficou abismado com a história de compra de tanques equipados com jatos de água para reprimir protestos.
"Voltamos no tempo?", suspirou.
"Não vejo motivo para tanto espanto, pois ao longo da história sempre o rico oprimiu o pobre, como nas guerras, o forte prevalecendo sobre o fraco", replicou Tupiniquincas, visivelmente extenuada pela longa viagem internacional de busão. Bem-vindos!
Paulo Coutinho,
02/mar/2014
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