É de entristecer ver a polícia baixando o cacete nos professores lá no Rio de Janeiro. Os valores se inverteram de vez, pois os que deveriam ser valorizados, além de não receberem salário condigno e melhores condições de trabalho, ganham, sim, spray de pimenta nos olhos e bombas que fazem chorar,como se fosse preciso, pois de chorar é o ensino público na maior parte deste país, não excluindo-se centros urbanos ricos, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Paulo Coutinho
30/set/2013
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Semente da discussão:bicicletas em Sampa
Vou lançar aqui a semente do que
acredito ser uma polêmica e importante questão para a cidade de São Paulo: o
uso da bicicleta como transporte individual nesta metrópole de trânsito
violento e caótico. O que mais assusta é a placidez com que certas autoridades,
como o prefeito Fernando Haddad, apoiam esse tipo de transporte. O motivo de
minha preocupação é que o nosso prefeito beira a irresponsabilidade ao conclamar
ciclistas a tomar as ruas e avenidas paulistanas, sem que antes cumpra seu papel
como administrador, preparando adequadamente a cidade com ciclovias de
qualidade e amplas campanhas de educação para a convivência pacífica entre
ciclistas e demais motoristas, sem esquecer os pedestres. No próximo post
voltarei a este assunto, embasado em dados oficiais das mortes no trânsito, sobretudo
entre ciclistas, grupo em que se verifica crescente número de perdas de vida
nas ruas paulistas.
Lançado
o germe da discussão, espero comentários e opiniões de todos.
Abraço,
Paulo Coutinho,
23/set/2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Futebol é brincadeira
No nosso país a afirmação acima é
figurada e literalmente verdadeira. A menos de um ano de sediarmos o torneio
máximo da modalidade, eis que um time da série D – quarta divisão do futebol
brasileiro – é eliminado do torneio por pura brincadeira. E a ação do
massagista do Aparecidense seria no futuro lembrada como mais um fato
folclórico do futebol nacional, não fosse por resultar na eliminação da equipe goiana,
numa partida decisiva frente ao mineiro Tupi. O jogo seguia 2 x 2, o que
aparentemente beneficiava o Aparecidense, quando num ataque em masa o Tupi desferiu
dois chutes contra a meta já desprotegida da equipe goiana. Foi quando o
voluntarioso massagista invadiu o campo e defendeu os dois gols certos. O
resultado do jogo foi mantido, mesmo porque meio Tupi saiu correndo atrás do
safo massagista, que saiu em disparada para seu vestiário, ao que consta ileso.
Mas de herói folclórico, o personagem virou vilão responsável pela eliminação
da sua equipe nas fases decisivas do título da série D do Brasileirão. Isto não
é sério, mas pura realidade.
O Brasil que eu vejo
Chega de hipocrisia. Em duas ou
três décadas passamos do complexo de viralatas para a arrogância de nos
acharmos ricos e desenvolvidos. Mas a verdade é que estamos ainda é muito
atrasados ao que diz respeito sermos um
povo deveras civilizado. O antagonismo de nossa existência força minha visão a
todo momento. Somos capazes de recordes
seguidos na produção de grãos – pelo menos aquela velha história de que seríamos celeiro do mundo
torna-se a cada dia mais real. Não fosse a costumeira incompetência, descaso e
gatunismo de praxe amalgamados nos séculos de colonialismos, coronelismos,
generalismos, consumismos, banditismos e
redemocratização falha que reflete nossa história. A recente supersafra de soja e outros grãos é exemplo
certeiro de nossa incompetência. Como num arremedo do conto do ladrão que roubava, mas não podia carregar
o fruto do roubo, o Brasil tem hoje enorme capacidade técnica para a produção
do “ouro verde” – o mundo inteiro precisa comer, são bilhões de bocas! Mas não
damos conta de “carregar” e embarcar as milhões de toneladas de alimentos,
grande parte já negociadas para
diferentes regiões do planeta. Como brasileiro, desempregado a despeito de
ampla qualificação, me revolta ver notícias de filas quilométricas de carretas
graneleiras perfiladas em pistas e acostamentos de estradas próximas aos nossos
arcaicos e defasados portos.
Assim, um país sem competência
até para transportar suas riquezas – que não são poucas, assume a
responsabilidade de sediar grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Senão vejamos: centro urbano mais desenvolvido no país, São Paulo conta com
malha pífia de transporte público coletivo – insuficiente e de baixa qualidade
para os pobres mortais que vivem por aqui. Será que o governo petista, de Dilma
no Planalto e de Fernando Haddad no município, possui a varinha mágica que,num
único toque, será capaz de concluir estádios, reformar aeroportos e construir
milhares de quilômetros de metrô e corredores de ônibus necessários para suprir
a demanda no curtíssimo prazo dos
próximos três anos? E, por falar nisso, cadê o trem-bala que ligaria
São-Paulo-Rio de Janeiro em cerca de uma hora?
Não quero ser pessimista, mas, se
a proposta era a de passar vergonha por
nossas mazelas, bastava apresentar ao mundo nossas dificuldades para
escoar uma supersafra agrícola. E paro
por aqui, porque Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil são assuntos para um
próximo artigo.
Augusto Coutinho, Jornalista
Andando para trás
Curiosamente, me parece
que os defensores da pena de morte são os mesmos que defendem a redução da
maioridade penal. Isto implica deduzir que essa parcela da sociedade estaria
pronta para exterminar garotos de 16, 17 anos de idade que cometessem crimes
hediondos. Seria esse o papel da Justiça? Considerar que qualquer cidadão
criminoso, independente da sua idade, deve ser tratado como irrecuperável?
Nem sempre o caminho
mais fácil é o melhor. Pois clara está a incompetência do Estado brasileiro até
então no que se refere ao tratamento dispensado ao menor infrator. É evidente
que entre a antiga Febem e a atual Fundação Casa, nada mudou além da
nomenclatura. Amontoados de jovens que mais se “especializam” no crime que
qualquer recuperação que as valham. Além do mais, milhares já são dizimados por
absolutas pobreza, fome e falta de oportunidades, não carecendo mais um
mecanismo de extermínio de nossa juventude.
Mais eficaz seria um
verdadeiro esforço e vontade política no sentido de melhorar a Educação e as
condições de vida, sobretudo nas periferias dos grandes centros urbanos, aonde
a violência explode em níveis alarmantes. Quem sabe se assim não se poderia
transformar capacidade e inteligência para o crime em habilidades que os
transformasse em cientistas das mais diversas áreas do conhecimento. Jovens
especializados em aterrorizar o “psicológico” das suas vítimas, poderiam ter
vocação para as Ciências Humanas, por exemplo.
Aterrorizante, sim, é a
onda retrógrada que parece nos assolar a cada vez que surgem movimentos
bizarros como esse em prol da redução da maioridade penal ou, talvez ainda
pior, ideias mirabolantes para controlar os meios de comunicação. Povo de
memória curta é o que somos, pois restringir a liberdade de imprensa cheira a saudosismo
dos tempos de ditadura, dos “anos de chumbo”. Aos saudosos dessa época tão
triste e vergonhosa de nosso passado, melhor que se mudassem para Cuba,
Venezuela,Irã, China ou outro desses lugares quaisquer que não respeitam ou nem
sequer sabem o que são valores como liberdade.
Por essas e outras,
como viver num país com excessivas leis, tão mal aplicadas quanto mal
cumpridas, só posso ser contra mudanças que nos façam regredir enquanto não só
sociedade, como também humanos que somos.
Augusto Coutinho,
jornalista
Apresentação
Notícias Tupiniquins é meu blog que pretende retratar o que mais de curioso, vegonhoso ou engraçado acontece em nosso país. Inspirado em fatos reais. Aguardo comentáros. Boa leitura
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